A Escola de Mouriz localiza-se num terreno industrial. Tem uma pequena fachada voltada para a rua, mas atinge a máxima expressão longitudinal em resultado dos constrangimentos do terreno.Deste edifício marcadamente ortogonal, surge uma linha em ziguezague que constrói e define toda a sua fachada. Isso cria uma tridimensionalidade para fora e uma linguagem quase cinematográfica feita de madeira, cujo desenho é fruto da tradição do lugar.É um edifício que marca o terreno, que se destaca e contamina a sua envolvente com uma identidade própria esculpida na paisagem. A sua forte expressão visual está ligada ao movimento e silhueta da sua fachada, e à forma como as janelas estão gravadas nela como se fosse uma partitura musical. Uma linha melódica que ganha substância e, por aparente repetição, ganha identidade própria. Em contraste, suas extremidades são ocas e podem ser vistas como dois grandes óculos que contemplam a paisagem, projetando o interior para o exterior e, assim, removendo suas barreiras físicas.Uma escola como caminho, aberta a muitos encontros.